Biografia: José de Alencar
Quem foi José de Alencar?
Imagem de José de Alencar.
"As letras devem ter o mesmo destino que a política.
Há duas sublimes enfermidades do espírito humano,
a saudade e a nostalgia, uma é a lembrança da pátria
outra é a lembrança do passado: como se chamará a saudade
que se tem das ilusões perdidas que por muito tempo
encantaram nossa existência, a nostalgia que sente
o homem longe do mundo que sonhou?"
José de Alencar, Cartas sobre A Confederação dos Tamoios
A literatura Brasileira, foi marcada com o nome de grandes autores. José de Alencar, foi um dos grandes autores da primeira fase do Romantismo, também chamada de Indianismo. José de Alencar, foi escritor, advogado, dramaturgo, jornalista e político brasileiro. Desse modo, dentre seus escritos literários José de Alencar, se destacou com o romance 'O Guarani', que narra o romance entre um índio e uma menina branca. Assim, o jornalista publicou seus escritos em forma de folhetins, no Diário do Rio de Janeiro, jornal no qual trabalhava. Diante disso, o escritor foi escolhido para ocupar a Cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras. E quem o convidou foi Machado de Assis, grande nome do Romantismo brasileiro.
Assim, José Martiniano de Alencar, neto de José Gonçalves dos Santos, português; e Bárbara de Alencar, raça de gente pernambucana. A família residia em Barbalha, sopé da serra do Araripe. Em 1837, o pai de Alencar, assume a presidência do Ceará, deixa o governo e volta ao rio. A viagem se faz pleo interior, de Fortaleza a são Francisco e daí até Salvador. O conhecimento do sertão deixará marcas inapagáveis na memoria de Alencar, sendo uma evocação permanente na obra romancista.
José de Alencar, ficou muito conhecido pelas suas obras de grande sucesso, sendo elas, O Guarani, Iracema (1865) e Ubirajara (1874). José Martiniano de Alencar nasceu no dia 1 de maio de 1829, na cidade de Mecejana, no estado do Ceará. No entanto, com 1 ano de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro com a sua família. Na época, Rio de Janeiro era a capital do Brasil e o país ainda vivia sob domínio de Portugal.
Com onze anos, estava matriculado no Colégio de Instrução Elementar , que ficava nas ruas do Lavradio; vizinhança das ruas do Conde. Era um aluno estudioso e que sabia ler muito bem; também em casa, é o leitor dos serões, em que a mãe, a tia e algumas pessoas que iam visitar, para ouvir de romances de amor contrariada, historias de esposas caluniadas, que no final do capítulo, são, afinal, desagravadas, enquanto os carrascos e os maus recebem o castigo pelo falso levantamento. Na mesma casa, todavia, se planejava a revolução de 1842; frustada a conspiração, dela partem e a ela apontam pessoas estranhas, de sussurrantes vozes e pesados silêncios; os derrotados, procurando escapar das perseguições. Mas o tempo de criança é de não se meter em conversas de mais velho, quanto mais em planos revolucionários! O que ninguém podia proibir era do menino adivinhar os tensos fatos. E vem, talvez, dessa conjuntura fracassada o seu plano de escrever uma historia dos movimentos rebeldes do nordeste.
Com apenas 17 anos, José de Alencar se ingressou na faculdade de Direito do Lago de São Francisco, em São Paulo, no ano de 1846. Assim, durante o período na faculdade, as ideias literárias do escritor já se afloravam. Assim, ele criou a revista denominada “Ensaios Literários”. Como advogado, formou-se em 1850. Alencar continuou estudando sério, apegado aos livros e pouco dado a vida boêmia , a qual compunha a vida dos outros acadêmicos de então.
No ano de 1848, tem de transferir-se para a Faculdade de Direito de Olinda. Lá, a passagem evocativa de um passado heroico e as bibliotecas das comunidades religiosas lhe abrem ao espírito as largas perspectiva do romance histórico; Alma de Lázaro e Guerra dos Mascates estão diretamente ligados a essa permanência em Pernambuco; podem situar-se na mesma linha O Ermitão da Glória e O Garatuja, embora tenham como cenário, o Rio de Janeiro.
Aproveitando a proximidade, vai ao Ceará; o reencontro da cidade natal reaviva-lhe o encantamento pelos índios, íntimos das plantas e dos animais silvestres, quase miraculoso para o entusiasmo do jovem estudante. Mais tarde contará que nessa ocasião se delineiam os primeiro sinais de O guarani e Iracema, embora a distância de tempo que levaria um e outro.
No entanto, do ponto de vista nacional, é ele o nosso mais importante escritor, de modo que, em vinte anos de ofício literário, levantou em seus romances um retrato do Brasil. Sincronicamente regional, descrevendo o Ceará em O sertanejo; o Estado do Rio, em Til e O Tronco do Ipê; a capital do Império em, A Viuvinha, Cinco Minutos, Senhora , a Pata da Gazela; a zona rural carioca em Diva, a Tijuca, em Sonhos d'Ouro; o Rio Grande do Sul, em O Gaúcho. Diacronicamente histórico, romanceou os tempos coloniais em Minas de Prata; o contato entre os índios e os colonizadores em O Guarani e Iracema; o dia a dia do Rio Colonial em O Garatuja; uma lenda em O Ermitão da Glória. Guerra dos Mascates, episódio da história pernambucana, é uma sátira ao endereço de Dom Pedro II.
Se, como romancista , sua obra é deliberada e inconscientemente, nacional, seu sentimento de brasilidade de apaixonada devoção à pátria se expandiram em outros campos, numa atividade múltipla e intensa. Por conta da carreira na advocacia, José de Alencar ingressou na política. Assim, foi eleito, em 1861, como Deputado Estadual do Ceará. Ele também atuou como chefe da Secretaria do Ministério da Justiça, em 1859; e Ministro da Justiça, em 1868-1870. E, foi assinada por ele uma lei que proibia a venda de escravos sob pregão e em exposição pública, espetáculo degradante, muito comum no chamado de Mercado de Valongo.
Na carreira de jornalista, José de Alencar, trabalhou no “Correio Mercantil”, em 1854, e foi chefe de redação do “Diário do Rio de Janeiro”, em 1856. Como escritor, teve o primeiro romance, com o título “Cinco Minutos”, publicado em 1856. Assim também como fez polêmica, de grande repercussão aos defensores de A Confederação dos Tamoios, poema feito por quem não era poeta e mandado publicar pleo Imperador; e tanto tinha razão que, hoje, o poema tem importância apenas cronológica e só lembrado em função da crítica do Alencar.
Ademais, a glória não veio sem sofrimento provocado pela inveja e incompreensão dos incapazes e dos retrógrados. Atacado, negado, na vida literária e na política, só no lar, bem constituído. Tornou-se amargo, sentiu-se velho aos quarenta naos de idade; e adotou um pseudônimo de Sênio. A saúde não era boa, foi à Europa, e na viagem para Portugal, encontra pessoas desagradáveis; acolhimento amável em Páris; e desconsolo em Londres.
Ana Cochrane, casou-se com José de Alencar. O casamento ocorreu em 1872. Da união tiveram Mário Cochrane de Alencar que, inclusive, foi membro da Academia Brasileira de Letras. Por fim, José de Alencar faleceu aos 48 anos, no Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877. Ao lado de sua esposa, abraçado à ela, preocupado com a pobreza que deixou aos seus.
Joaquim Serra, amigo certo de Alencar, colhe o depoimento dos contemporâneos. O de Machado de Assis, aprimora-se: "Jamais me esqueceu a impressão que recebi quando dei com o cadáver de Alencar no alto da essa, prestes a ser transferido para o cemitério. O homem estava ligado aos anos das minhas estreias. Tinha-lhe afeto, conhecia-o desde o tempo em que ele ria, não me podia acostumar à ideia de que a trivialidade da morte houvesse desfeito esse artista fadado para distribuir a vida."
Fontes:
<https://conhecimentocientifico.r7.com/jose-de-alencar/>
<https://www.ebiografia.com/jose_alencar/>
<https://www.estudopratico.com.br/biografia-e-obras-de-jose-de-alencar/>
<https://fflch.usp.br/sites/fflch.usp.br/files/2017-11/Jose%CC%81%20de%20Alencar.pdf>
Comentários
Postar um comentário